8 de fevereiro de 2012

ponto de tecer poesia.


Todo amor é um vestido
que parece ser bordado
com ponto de alinhavo
Todo amor rasga à toa
Todo fiapo avoa
Como pena e Passarinho 
Ai, meu vestido de linho
ai, meu vestido de renda
ai, meu vestido rasgado
será que você
remenda
este meu vestido tão branco
de
noivado ?

Eu te entrego meu lenço 
que por mim tecido está,
com quatro ramos de flores
de um pé de manacá,
com dois pingos de uma rosa
de cor forte de carmim 
quando o espinho da poesia
ficou fincado em mim.
Eu te bordei a palavra 
com agulha de platina
teu nome é meu poema
e a agulha é a minha pena

Eu te entrego o meu lenço 
bordado por mim tecido.
Com tudo que foi lembrado
naquilo que é esquecido. 

Sylvia Orthof.

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