Todo amor é um vestido
que parece ser bordado
com ponto de alinhavo
Todo amor rasga à toa
Todo fiapo avoa
Como pena e Passarinho
Ai, meu vestido de linho
ai, meu vestido de renda
ai, meu vestido rasgado
será que você
remenda
este meu vestido tão branco
de
noivado ?
Eu te entrego meu lenço
que por mim tecido está,
com quatro ramos de flores
de um pé de manacá,
com dois pingos de uma rosa
de cor forte de carmim
quando o espinho da poesia
ficou fincado em mim.
Eu te bordei a palavra
com agulha de platina
teu nome é meu poema
e a agulha é a minha pena
Eu te entrego o meu lenço
bordado por mim tecido.
Com tudo que foi lembrado
naquilo que é esquecido.
Sylvia Orthof.
Nenhum comentário:
Postar um comentário