4 de maio de 2012

por ventura.






Um dia, por ventura, ou falta dela, em que amanheceu frio e a neblina cobria a visão da janela, deu-se a rotina de sentir preguiça absoluta de levantar-me da cama, no máximo, tentei sentar-me na cama, ainda enrolada nos cobertores, puxei uma mecha de cabelo para atrás da orelha liberando a minha visão do quarto ainda escuro, os olhos querendo fechar e o despertador tocando aquela musica que você dizia que gostava muito. Como mulher, em dez minutos já me encontrava sentada a mesa do café, sozinha, na solidão da copa, encarando o copo de café com leite sob a mesa e o jornal enrolado do outro lado da mesa, a fumaça da bebida, quente, esquentava meu rosto levemente, porém o cheiro me dava recordações de que você sempre bebia café com leite, em todas as manhãs, independente do clima que tivesse, me dava náuseas. Beliscava umas torradas, mas não tinha fome, era apenas costume. Nesse dia por fim, como eu ia contar que por ventura, ou falta dela, veio a ocorrer fatos na minha vida. Fatos que não me ligavam mais a você. No metrô o relógio marcava sete horas, meu casaco marrom amassado me cobria protegia contra o frio, joguei a boina meio de lado e segui a frente com pressa e quando cheguei ao centro da cidade em questão senti apenas um frio, um vento gelado do norte que fazia o cachecol e o cabelo negro voar, deixando meu rosto desprotegido e um frio por  dentro, o vazio da sua falta, que não sei se você me lembra, mas, você me deixou. Os perfumes importados e baratos se misturavam em meio a multidão de idiotas enfileirados, não, amontoados no centro de uma metrópole, a todo momento sons ensurdecedores, mas não tanto quando o som que me soava nos ouvidos, da sua voz dizendo adeus. Sai em busca da felicidade meu bem, se encontrei ou não, pouco te importa, mas deixo bem claro que não foi numa esquina qualquer que eu me encontrei com o clichê que eu esperava. Não foi atoa, não foi fácil. Ah, é. Com certeza você fez bem na minha vida, deixou momentos, mas o melhor foi a sua saída, deixando um vazio tão grande, vazios grandes, que só podem  ser preenchidos por pessoas grandes, não te altura, nem te tamanho , de amor. O vazio ? Não existe mais. Ele foi preenchido meu bem, por alguém que você nem imagina, por alguém de verdade, e não como mais um, não como você. Foi sorte? Eu não sei. Destino? Talvez. O que te trouxe eu não sei, mas eu sei que nada e nem ninguém vai te levar de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário