26 de setembro de 2010

carta de um louco

Era um dia de lua, um negão magricela cabeludo, acariciava sua careca encostado em uma arvore de pedra, do outro lado da rua havia uma vaca sem tetas que comia um capim sem cor, nessa mesma noite eu estava sem roupa andando parado na rua com as mão no bolso pensando na minha morte, até encontrar um velho amigo desconhecido que escrevia um poema numa folha em branco com uma caneta sem tinta, conversamos o resto do dia até anoitecer, quando naquela noite o sol brilhava novamente um cachorro sem língua lambeu a ponta do meu dedão da mão calçado no chinelo sem sola, neste instante lembrei-me que havia esquecido o sorvete no fogo, corri devagar para casa e subi pra baixo as escadas até chegar no meu apartamento onde o fogo gelado ja havia queimado quase tudo, gritei baixo desesperado por socorro e um litro de vodka, ninguém me prestou socorro e eu morri, hoje caro primo, depois de me recuperar da minha morte, já estou novamente podendo lhe escrever essa carta, embora eu tenha perdido as mãos, graças a Deus as achei novamente só não estava com o meu anel de outro puro que comprei na 25 de março, quero te mandar os parabéns pelo seu belíssimo velório semana passada, infelizmente eu estava de coma e não pude ir, mais me mandaram as fotos do churrasco que ouve depois. Já estou indo embora primo tenho que chegar de onde eu não fui. Um abraço de seu querido irmão que te reviu, mesmo sem nunca ter visto.

De: locofeles
Para: José aloprado louco Judas 


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